Fisioterapia

Crônicas sobre dores crônicas – Parte 1.


Joãozinho tinha uma dor na coluna lombar que não passava de jeito nenhum.

Para ele isso o fez INFELIZ.

Foi a Médico, Fisioterapeuta, Psicólogo, Curandeiro, mas a dor nada de passar.

Tomou remédio, fez massagem, passou a “famosa” pomada canela de velho, enfim fez de tudo e nada de melhorar. A sua rotina era o seu tratamento. Essa era a sua incansável busca pela felicidade – Acreditava que melhorando a dor sua felicidade estaria de volta.

Embarcou em mais um tratamento de Fisioterapia, agora mantendo a regularidade e seguindo as orientações do profissional e acabou melhorando suas dores lombares.

Após melhorar Joãozinho até se atreveu a praticar mais atividades físicas, como outrora na sua juventude, e seguia firme às orientações do Fisioterapeuta.

Ao passar dos meses Joãozinho acabou desanimando das atividades e voltando a sua rotina habitual. Seu joelho começou a incomodar e Joãozinho foi a Médico, Fisioterapeuta, Psicólogo, Curandeiro, mas a dor nada de passar. Tomou remédio, fez massagem, passou a “famosa” pomada canela de velho… e a história se repete!

Esse conto é baseado em alguns pacientes crônicos que passaram por mim durante esses quase 20 anos de atendimentos.

Acredito que esse perfil de paciente sempre que ultrapassa a barreira da “melhora da dor”, idealizada em sua fantasia, ele acaba percebendo que ELE não mudou, continua o mesmo, com as mesmas características, com os mesmos problemas e limitações da vida que o impedem de ser feliz.

Percebeu, então, que A DOR DE COLUNA NÃO ERA O MOTIVO REAL DE SUA INFELICIDADE E SIM ELE MESMO.

Simplesmente ser Joãozinho.

SEM DOR, MAS O MESMO INDIVÍDUO DE ANTES.

A mudança esperada não veio.

Talvez sentir dor seja um caminho que mantém Joãozinho onde ele quer, inconscientemente, NA UTÓPICA PROCURA PELA FELICIDADE.

“Sentir” que está no caminho e está fazendo algo é mais confortante do que “descobrir” o desfecho óbvio.

Joãozinho tem que procurar se entender e se aceitar como indivíduo.

É uma conversa dele com ele mesmo!

Esse é o primeiro passo a ser dado na sua busca sem fim.

Att, Prof. Frederico Meirelles

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